Sabemos como o desemprego lança todos os dias numa desgraçada angústia a vida de milhões de portugueses.
Sabemos como muitos milhares de portugueses são hoje empurrados para a emigração, em busca do futuro que não encontram no seu país.
Sabemos que a fome atinge milhares de crianças portuguesas em idade escolar. E que são cada vez mais as mães que não têm dinheiro para o leite dos seus filhos recém-nascidos (segundo notícias desta semana).
Quase 39 anos depois do derrube do fascismo é tudo isto que a União Europeia, a troika e os seus homens de mão estão a trazer de volta a Portugal.
A “paz” que o descredibilizado Nobel resolveu hoje distinguir em Oslo, assenta sobre esta realidade sombria – mas não oculta, ela está á vista de todos!
É a “paz” dos dominantes, assente no esbulho e na opressão dos dominados. Uma “paz”, por isso mesmo, efémera e condenada.
Não há paz numa ordem social iníqua e injusta.
Será a luta dos trabalhadores e dos povos pela derrota desta ordem social, que cresce a cada dia, a abrir caminho à verdadeira paz, ao progresso e à justiça social na Europa.
