A Dívida, o Euro e os Interesses Nacionais

A DORVIR realizou hoje um debate com a presença de Agostinho Lopes, membro do Comité Central do PCP sobre a dívida, o euro e os interesses nacionais.

Agostinho Lopes afirmou que os preceitos utilizados por este governo para iludir a opinião pública e as populações são os de que temos um estado gordo, que vivemos acima das nossas possibilidades, que o estado gasta imenso dinheiro em estimular empresas públicas e que elas, por si só dão prejuízo e que por isso têm de ser privatizadas para render, no entanto todas estas afirmações têm vindo a ser sistematicamente desmontadas pelo PCP, tanto na assembleia da República como nos meios de Comunicação Sociais embora aqui, por estes meios, sejamos fortemente censurados.

A destreza com que tem sido vendido todo o património supostamente para nosso benefício, a destruição do Sistema Nacional de Saúde, Transportes, Águas, Portugal Telecom, EDP, Caminhos-de-ferro, TAP, Correios Telégrafos e Telefones, Segurança Social, Instituto de Emprego e Formação Profissional, Rádio Televisão Portuguesa, Bancos falidos e um número infindável de empresas públicas que notoriamente davam e dão lucro, é claramente propositada e conveniente. O PCP tem vindo a denunciar e a lutar para que o sustentável, não se torne insustentável para todos nós.

Neste momento já se começa a culpar o sistema político e com isto a pôr em causa o 25 de Abril, pelas dificuldades em que vivemos e pelo enorme desgoverno que estes governos nos têm deixado como herança. São escândalos em cima de escândalos como o do Banco Espírito Santo BES, o caso José Sócrates, o BPN e tantos outros que reflectem bem o efeito da subjugação que o sistema capitalista exerce sobre os resultados exigidos.

Agostinho Lopes afirma que é imperativo renegociar a dívida, sob pena de entrarmos numa espiral de subjugação ainda maior à Europa e aos banqueiros europeus sendo que, desta hipotética dependência o país que neste momento já não é governado por nós, passe definitivamente para as mãos de outros resultando daí a perda de identidade e do sentido de Pátria. Está previsto e bastante alardeado por Durão Barroso, que iremos receber 26 mil milhões de euros para revitalizar a economia, mas não nos disse que teríamos que pagar 62 mil milhões de Euros em juros, ou seja, mais uma vez o povo Português a sustentar o directório Europeu. Será que compensa viver na Europa com todos estes custos?

O País está a pagar neste momento e anualmente, 8 mil milhões de Euros só em juros, o equivalente ao orçamento do ministério da saúde e perante estes valores e estas evidências não podemos tolerar o discurso inconsequente deste governo de que o país está melhor. Nós não aguentamos pagar estes valores, nós não produzimos riqueza para pagar estes valores, aliás todas as empresas que produziam riqueza encontram-se nas mãos dos privados que por sua vez pagam impostos noutros países.

Será que se justifica a CEE ter entregado 50 mil milhões de euros do erário público aos bancos por toda a Europa? Não contabilizamos este ano, porque ainda não há resultados, mas ao que tudo indica estes valores vão aumentar substancialmente com o caso BES. O compromisso que este governo tem com a CEE é tão grande e está tão submisso que a saída do Euro é incontornável.

Estamos preparados para governar. O PCP está pronto para assumir todas as responsabilidades que o povo português decida atribuir-lhe, na luta contra a política de direita, na construção da alternativa patriótica e de esquerda, ou no governo do País, para concretizar uma nova política, ao serviço dos trabalhadores, do povo e de um Portugal com futuro, de liberdade, desenvolvimento, progresso social e soberania.

Pela Direcção da Organização Regional de Vila Real

                                                               Vila Real, 20 Dezembro de 2014

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