Jerónimo de Sousa, almoça em Vila Real

É preciso romper com o rotativismo dos partidos da alternância sem alternativa!IMG_2839

25 Outubro 2014

Em Vila Real, Jerónimo de Sousa afirmou que “a solução para a mudança de rumo no País exige alterar a correlação de forças no plano eleitoral e no plano social com o reforço do PCP e com esse reforço romper com o rotativismo dos partidos da alternância sem alternativa e ao mesmo tempo derrotar este governo que afunda o País”.
“O País precisa de romper com esta trajectória de retrocesso e declínio nacional. Isso exige dar força à luta visando a derrota deste governo do PSD/CDS, mas igualmente a derrota da política de direita. Essa política que, no essencial, tem sido seguida pelos partidos que têm governado o País e que se preparam para continuar no futuro” sublinhou.
No almoço que juntou militantes e simpatizantes em Vila Real, o Secretário-Geral sublinhou que “o País não pode adiar por mais tempo uma mudança de rumo, uma verdadeira mudança e afirmar e concretizar uma verdadeira alternativa, pondo fim às soluções de mera alternância como as que têm sido protagonizadas por PS, PSD e CDS. Uma verdadeira mudança política e uma verdadeira alternativa que não seja a mera mudança de caras”.
“Uma verdadeira mudança que exige múltiplas rupturas com o caminho que vem sendo seguido e que tudo agrava. Uma verdadeira mudança e não soluções paliativas, incapazes de dar resposta aos três grandes constrangimentos que estão presentes na sociedade portuguesa – os níveis brutais da dívida pública e da dívida externa, a integração monetária no euro e o seu colete-de-forças que está a impor fortes limitações ao nosso desenvolvimento e à nossa soberania, e a dominação financeira da banca privada que há muito deixou de estar ao serviço do País e dos portugueses”, acrescentou.

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O efeito da política de direita no distrito de Vila Real

Excertos da intervenção do Secretário-Geral

Camaradas, gostaríamos de aproveitar esta ocasião para salientar A luta dos agricultores e Vitivinicultores do Distrito tem tido grande presença através de várias acções de luta, nomeadamente: os viticultores, os produtores pecuários, os pastores e compartes dos baldios.

O que o Governo e os partidos que o sustentam na Assembleia da República conseguiram com a lei que transforma a propriedade comunitária dos compartes – BALDIO – consagrados na Constituição da República, num simples património autónomo, entregando ulteriormente a gestão, seja às Juntas de Freguesia, seja às Câmaras, seja às Comunidades Intermunicipais, seja directamente a privados, pretendendo desta forma, descaracterizar os baldios enquanto bens comunitários, para posteriormente os atacar, os alienar, e os extinguir, fomentando, acima de tudo, o negócio das celulose, promovendo a produção excessiva de matéria-prima a baixo custo.

A região Demarcada do Douro, continua mergulhada numa profunda crise – a baixa dos rendimentos dos pequenos e médios viticultores com uma quebra de cerca de 60% nos últimos anos em resultado dos elevados custo de produção, do corte no benefício, das imposições fiscais e das alterações levadas a cabo por este governo, às regras de apoios prestados aos agricultores, do reduzido preço pago aos produtores por pipa de Vinho Generoso, bem como da inexistência de preços para os vinhos de mesa douro, o atraso e em alguns casos até mesmo a inexistência do pagamento, por parte de algumas adegas e empresas do sector, do vinho aos produtores, agrava assim de uma forma aguda a vida dos mais de 35 mil viticultores e suas famílias.

As consequências de todas estas políticas estão à vista, apesar de aqui se produzirem os melhores e mais caros vinhos do mundo, esta é a região mais pobre do país e uma das mais pobres da Europa. Uma triste e forte ironia.
A Casa do Douro tem merecido também, a atenção e apoio do PCP, pelo seu papel histórico na defesa dos Vitivinicultores e na valorização dos seus Vinhos.

O objectivo principal da aprovação da “lei roubo” 74/2014 no passado dia 15 de Outubro, é mais uma vez o ceder aos grandes interesses económicos e o dar de mão beijada todo Património que é de toda a lavoura duriense e criar a uma Associação de direito privado na Região.

No entanto os Viticultores Durienses – que construíram e constroem, diariamente com sangue, suor e lágrimas, aquela que é a Região Demarcada mais antiga do mundo, juntamente com a AVIDOURO afirmam que a Luta, irá continuar no Douro até que os governantes aceitem a razão de quem granjeia e cuida de todos estes socalcos.
É preciso e é urgente a restituição dos poderes e competências à Casa do Douro. Por tudo isto Camaradas, estamos convictos que os viticultores durienses saberão lutar e saberão resistir a esta situação, porque nós PCP iremos, continuar a estar presentes, para dar voz e corpo a esta luta.

A nível da saúde a região continua, apenas a ser segurado, o alargamento da cobertura da rede de cuidados primários, ao mesmo tempo que se acentuam as dificuldades do sector público em dar respostas aos utentes em tempo útil. Paralelamente, aproveitando as carências existentes, o aumento brutal das taxas moderadoras no SNS e dando corpo a uma velha aspiração do capital em transformar em negócio e lucro as funções sociais do Estado, proliferam as estruturas privadas ligadas à saúde.

A degradação do funcionamento das várias unidades do Centro Hospitalar, reflecte as restrições orçamentais impostas por este governo. Faltam profissionais a vários níveis, nomeadamente devido à passagem à Reforma de trabalhadores que não são substituídos. Pioram a qualidade e os tempos de resposta aos utentes.
Há situações até de higiene e limpeza que começam a ser inaceitáveis.

O PCP, tem alertado, que os previsíveis cortes adicionais no Orçamento da Saúde, vão implicar diminuição de funções nos Hospitais sejam nas consultas e/ou internamentos sejam nas valências dos Serviços de Urgência.

O excesso de Carga Horária que está a ser imposto aos Trabalhadores do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, para além de significar uma desvalorização salarial, traduz-se também numa inaceitável carga de esforço, reduzindo o tempo de descanso e de apoio à família.

A escola pública vem sendo alvo de uma ofensiva ideológica, num processo que a tem tornado menos democrática e mais elitista, acentuando-se a precarização e proletarização da situação laboral dos professores, educadores, auxiliares de acção educativa e assistentes técnicos.

O PCP, alertou em devido tempo para o encerramento de mais de uma dezena de escolas do 1º ciclo do ensino básico (13); 9 no concelho de Vila Real e 4 no concelho de Chaves, das 311 que o governo anunciou fechar no país neste ano lectivo justificando terem um número inferior a 21 alunos. Com todas as manifestações a que temos assistido dos pais e professores não corresponde há verdade e muito menos a questão da falta de condições visto estarem a encerrar escolas que foram intervencionistas há menos de 2 anos, com condições superiores àquelas que os alunos irão frequentar.

Não poderíamos deixar de referir as distâncias que os alunos terão de percorrer, o que, agravado com os horários dos transportes escolares, irão estar na escola por vezes das oito às dezoito.

Camaradas, a realidade tem mostrado a justeza das avaliações do PCP quanto às nefastas consequências da entrada para a CEE/UE e da adesão ao Euro. Nenhum dos problemas do País foi resolvido pela política de direita nem pela brutal política de austeridade que nos foi imposta. Neste quadro é cada vez mais urgente e necessária uma ruptura com este rumo, em defesa dos interesses da Região, dos trabalhadores e do povo português.

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